2021



…Leaving Identity for? (...Livrando a Identidade para?)


Escrita compartilhada, leitura e performance. Aeroponic Acts, DAI.

link da apresentação completa (em inglês): https://vimeo.com/798719844/e4a9b538e8

A proposta foi iniciar um modo de compartilhar conhecimento, uma escrita sob outra escrita, em constante modificação e quebras. Convidei os artistas Line (NL) e Fabiana Vinagre (BR) para participarem dessa escrita, que não era apenas com palavras; ocorreu também com desenhos, espaços e silêncios.


  “(...) I was thinking about words and the future. If the past is in the future, how are languages doing with that? How is English doing with it? Maybe for some authors, this question is not a big deal. They are doing something more than that. But I am not trying here to create a method to discover how these words in English are working into that question. My thought is to manifest a way to write actions in a struggle over austerity and binary thinking.

The past is infinite.

Is austerity infinite? And austerity became a mood.” 


Foi uma escrita improvisada, baseada em minhas referências sobre conexões complexas, identidade, austeridade, entre outros temas gerados em coletivo, a partir de referências bibliográficas e pesquisas atuais dos artistas. As conexões entre diferentes temas e ideias trouxeram diferentes significados sobre uma mesma palavra, proporcionando uma complexidade de conexões não-lineares e desafiando o entendimento de cada um sobre uma palavra. Com isto, proporcionou conexões de significados em movimento, algo que já ocorre em um ambiente acadêmico, porém gostaria de explorar isso de uma forma mais experimental.


“L.

Gabi-dear-Gabi, when did everything get a name? and with that name a time? a duration. the world consists of countables       accountables     measured. But also:

“staying with the trouble” (Donna Haraway)  i’m in it and stay accountable, timed, aged, queered.


...All and everything with names, that left us…”


A pergunta que resume a proposta é: como o conhecimento está em movimento, quando se percebe que a identidade está em movimento sob as palavras? Trilhamos criando uma série de poesias sobre transformações teóricas, em uma prática experimental de aspirações do movimento dos significados das palavras.





2020






Non-reflexology [the mess of segregation of the urban human body parts.] - A fictocriticism from babies to babies.

(Não-Reflexologia [o caos da segregação das partes do corpo humano urbano] - Uma ficção feita por bebês para bebês.)

Escrita, video, leitura. DAI Program.

“Não-Reflexologia” faz parte do meu processo de escrita experimental utilizando o prefixo “não-” (‘non-’), e apresenta uma fictocrítica improvisada a partir de rizomas da presença do bairro indígena na cidade de São Paulo, assim como da presença de orixás baseados na cultura Yorubá. O texto marca o início da minha pesquisa no mestrado, que aborda a afetividade com subjetividade: onde e como a afetividade é natural e-ou onde ela é naturalizada?


“There are radios with antennas in the streets and in the cars, playing Always by Atlantic Starr (from 1987), playing all the time, in the loop.


The essence: Alembic from border farms.”

O texto se desenvolve também sobre referências pessoais-ancestrais - breve histórias contadas da trajetória da minha família por parte de pai, que é de descendência indígena e preta - das quais crio uma ficção em ramificações a partir da ideia de encruzilhadas sobre imigração e sobre corpos em movimento de pessoas não-europeias. São histórias de percursos não lineares, onde há a presença do conceito de dois orixás - Oxum e Ogum -, a presença de pessoas de origem Guarani, e a água como mote de início deste texto ramificado. Os “bebês” fazem parte deste processo de ressignificação da afetividade e de sua natureza violentada, e o termo ‘não-reflexologia’ é presente para abordar formas de co-conexão do mesmo.


“The cachaça’s smell made the iron’s journey noticeable for the next few hours of that night. A long time before the sun came up, at the exact moment of the quiet hum of a step, she ran with the wind of the rain to come in the direction of the federal police building located in the center of the city. Her body was with the iron in her extreme fingertips. Her center became a hum from a non-water. Her other peripheries became an iron in broken pieces. Her entire first layer of skin became a specific rough texture.”


A proposta foi desenvolvida com a ideia de propor transições entre leitura e silêncio em partes específicas com leitura em voz alta, visualizando a tonalidade amarela na projeção do video.





2019/2018










Fingers (Dedos)
Video, instalação.

‘Fingers’ é uma obra que iniciou-se durante a minha residência no Shock Lab (PT) em 2018, onde desenvolvi com base em uma conversa-video realizado com um ex-soldado português, no qual abordamos sobre a ditadura e especificamente sobre a guerra portuguesa na Angola e Moçambique. Após esta conversa e a experiência durante a residência, a proposta se tornou uma pesquisa do movimento que desnaturaliza quaisquer forma de ação nacionalista.

Em 2019, desenvolvi um formato de uma série de conversas com artistas convidados - entre eles performers, escritores e atores -  em sua maior parte advindos da América Latina sem passaporte Português, e outra parte com origem ou passaporte Português, e os quais se definem como pessoas queers e mulheres cis. As conversas geraram documentos audiovisuais, assim como documentos escritos por elxs, que foram coletados e transformados em um processo de poesia que apresenta falas ditas com falas ficcionais, em um formato de video.


O resultado é uma poesia visual e escrita fragmentados, do qual não poderia ser desenvolvido sem a coletividade gerada por cada artista participante em torno do tópico do movimento entre identidades e geografias predestinadas.





2018





Escolhas Verticais em Espaços Fechados; Escolhas Fechadas em Espaços Verticais ou Um Lugar Pronto para te Receber.

Performance.

“Escolhas Verticais em Espaços Fechados; Escolhas Fechadas em Espaços Verticais”, também chamado de “Um Lugar Pronto para te Receber” faz parte de uma obra que mostra a frustração com o poder institucional, o artista frustrado, o corpo estagnado, as forças estagnadas para materializar e o re-esforço do artista imigrante no contexto europeu. A proposta é baseada a partir de uma fotografia que realizei em 2009, no qual registrei uma escada de madeira que ficava ao lado de uma porta fechada, em uma pequena sala. Nesta performance eu pude experimentar formas de abordar sons vocais em combinação com as posições da cabeça e mãos, e apresento um objeto que se assemelha a um assento de curta duração ou uma mini mesa para um objeto pequeno, no qual proponho uma interação vaga e curta entre as pernas do objeto com as minhas pernas. 

O trabalho foi apresentado no C.E.M (Centro em Movimento), em Lisboa, durante a 25ª edição do “Espaço Experimental”.





2015



app

Interação virtual, performance, 60’.

APP instiga o uso de uma ferramenta de bate-papo para explorar um determinado espaço público, propondo aos transeuntes uma sensação de quebra de regras e paradigmas de comportamentos “naturalizados”. O trabalho foi desenvolvido para instigar movimentos e ações corporais por meio da interação virtual com os atores, para provocar a naturalização do corpo humano em espaços urbano-institucionalizados, e ativando ideias de conexões entre a ocupação de corpos em espaços virtuais e físicos, onde o virtual aciona o desejo de co-ocupar um espaço físico programado por um modo universal. O projeto foi idealizado em parceria com o diretor e ator José Sampaio (BR) e foi apresentado durante a Virada Cultural Paulista, no Sesc Vila Mariana em São Paulo.





2015/2014







raskh

performance.

A palavra de origem persa “raskh” fala da alma e corpo humano sob o corpo de uma planta. A proposta traz a miscigenação das sementes de espécies de árvores trazidas ao Brasil durante o período colonial, com sementes das espécies já presentes no território brasileiro. Como o corpo do solo recebeu estas sementes, e como as modificações criaram ideias globais sobre o natural? E como estas próprias trans-modificam este natural?

A proposta experimental foi apresentada em espaços públicos da cidade de São Paulo, durante dois festivais paulistanos - Festival Baixo Centro e Satyrianas - e continua em processo de pesquisa, com o objetivo de desenvolver com outros artistas.




2012






sem título (s/ pétalas)


video-performance e fotografia.

Este é o marco do início da minha trajetória de pesquisa sobre o corpo e a afetividade. E faz parte da continuidade de reflexões atuais em torno das distâncias entre partes do corpo, e como a discrepância é presente e apresenta extrema conexão, ao invés de cortes. O pé fala da distância do coração e da mão, e ao mesmo tempo fala e expõe o que os outros membros não conseguem expor de forma definitiva sobre as dores de estar a dar e receber afeto. A obra foi desenvolvida junto ao olhar cuidadoso dos artistas Bruno Moreschi e Marcia de Moraes, e apresentada no OC Oswald de Andrade.



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